Vamos começar então a contar desta via tão conturbada e cheia de coisas que até Deus duvida que tenha acontecido.
Parece estranho né, mas desde muuuito novinha, criança ainda eu ja aprendi o que era o amor, sentir isso por alguém.
Somente depois de anos luz fui entender o pque de tanto sofrimento nesta área da minha vida, mas deixemos isto para o final feliz ou quase feliz não é mesmo...
Bem, com 8 anos de idade um garoto da minha escola gostava e mim, quando o amiguinho dele veio me contar, achei aquilo estranho e nojento. O menino até havia me escrevido uma cartinha que joguei fora, alguns meses depois pensando muito nesse lance de gostar e gostar e enfim, nesse tipo de sentimento, eu comecei a gostar deste mesmo garoto, mas aí ja era tarde, ele me ignorou horrores, me deu o troco e lembro-me até hoje o quanto fiquei chateada, mas passou. Qdo criaça essas coisas são mais fáceis de se lidar, pois qualquer brinquedo novo que ganhamos, qualquer passeio bacana com os pais ja nos fazem esquecer dessas coisas.
Passei para a 3º série, depois para a 4º série... aí sim é que a coisa me pegou pra valer.
Era mês de abril, e um lindo garoto sentava na minha frente na classe e era tudo tão estranho e novo p/ mim pois eu sentia prazer em emprestar uma borracha ou um simples lápis a ele, tinha prazer em ajudá-lo nos deveres que ele não entendia, enfim, eu amava sentar perto dele e ajudá-lo e lá no fundo eu ja sabia que aquilo era o verdadeiro amor.
certo dia esse garoto escreveu um bilhetinho pra mim perguntando o seguinte:_ Gaby, tem algum garoto aqui da nossa sala que vc gosta?
Eu respondi:_Sim, e você?
Ele respondeu: _Sim, eu também. Mas me fala quem é aqui da sala que vc gosta Gaby?
Eu: _Ah não, primeiro fala vc e depois eu falo.
Ele respondeu o bilhete escrevendo assim:_G A B Y
em letras grandes e logo embaixo pequeninho de novo:
_Pronto, falei, agora diz vc?
Eu escrevi:_V L A D I M I R
bem, ecurtando, ele me mandou o bilhete me pedindo em namoro, eu respondi sim e todos os dias antes de irmos pra casa íamos atrás da escola trocar um beijnho, mas era algo bem ingênuo, nada demais, apenas um selinho, sem troca de linguas nem nada, e logo íamos felizes pra casa.
Queria pular esta parte p resumir mas foi tão engraçada que eu tenho que por aqui...era junho aniversário do meu namoradinho, eu doida pra dar algum presentinho pra ele, mas o que??? não tinha dinheiro, mesada só comecei a ganhar com 11 anos de idade... aí fiquei com uma coisa ruim batendo aqui dentro que eu precisava dar algum presente pra ele, então em casa e tinha um irmão mais velho, 3 anos mais que eu, e haviam algumas roupas que não serviam mais nele, dentre elas havia uma camisa socialzinha branca, peguei aquela camisa, dobrei bem direitinho e coloquei num pacote de presentes, um papel usado que tinha lá em casa. Cheguei na escola e dei a ele. Ele desembrulhou todo feliz o presente e quando viu meio que ficou desanimado. Eu na minha santa ignorância, pelo fato da camisa estar limpa e bem dobrada pensei que ele nem perceberia que era velha, mas, enfim, ecurtando, no outro dia ele trouxe o presente de volta e disse:
_Minha mãe mandou te devolver este presente que vc me deu porque ela dissse que eu não devo aceitar presentes assim dos outros.
Na hora não entendi ao certo e pensei comigo que era por educação, mas só depois de muito tempo é que eu percebi o pque da devolução daquela camisa ridícula hahahahaha, mas tudo bem.
Chegaram as férias de julho, eu fiquei muito triste pois não o veria por duas semanas, ele chegou e me disse no final do ultimo dia de aula:
_Gaby, estou indo viajar pra Belo horizonte visitar meu pai ("os pais dele eram separados") então não estarei em casa, não adiana me telefonar ta bom.
Me deu boas férias, trocamos o beijinho de final de aula e cada um foi pra sua casa.
As férias todas passei ansiosa não vendo a hora de voltar pra escola e ver meu lindo namoradinho, até que chegou o grande dia, crianças odeiam estudar, odeiam ir pra escola e odeiam a segunda - feira, mas eu estava radiante em voltar e mais feliz ainda em plena segnda feira. Tomei um bom banho, coloquei um perfuminho de maça verde da xuxa que ganhei de aniversário, me arrumei linda e fui ansiosa pra reencontrá-lo. Chegando na escola olhava, olhava e não via o Vladimir em canto algum. O Sinal bateu, entramos na sala e a carteira dele vazia na minha frente. Fiquei tão decepcionada, mas enfim, eu continuava ansiosa esperando ele voltar pra escola, acontece que passou a semana inteira e nada do garoto aparecer, eu mal prestava atenção nas aulas e só ficava olhando aquele vazio na carteira dele. Tentava ligar na casa dele, porém o telefone apenas tocava e ninguém atendia...
Chegou a outra segunda- feira e pensei:_Ah, dessa vez ele deve ter voltado...
e novamente não via a hora de ir a escola, só que novamente bateu o sinal e nada, a carteira dele lá..vazia...
Esperei bater o sinal pro recreio e fui até a professora pergutar o porque de ele não estar vindo a escola, se ela sabia de alguma coisa até que veio o balde de gelo na minha cabeça:
_Puxa vida querida, bem lembrado mesmo, eu preciso retirar o nome dele da chamada pois ele se mudou de escola.
Aquilo pra mim foi o fim, eu era uma excelente aluna, nunca havia tirado uma nota vermelha sequer, no primeiro semestre fui super bem, mas qdo soube desta notícia, meu mundo caiu e passei a ir mal na escola, chegava triste em casa, me trancava em meu quarto e somente chorava horrores. Imagina só uma pirralha de 10 anos de idade sofrendo por amor... mas sim, eu estava, sei que naquele segundo semestre passei a ir mal em todas as provas, fiquei em recuperação em 3 matérias e reprovei de ano.
No outro ano tive que repetir a série e peguei uma turma sinistra que veio do terceiro ano, todos me ignoravam, eu não tinha amigas. Aquele acho que foi um dos piores anos da minha vida, pois minha mãe resolveu me levar ao cabeleireiro pra fazer um suporte nos cabelos, eu tinha um cabelo bem longo lisinho e a cabeleireira deu esta idéia p minha mãe de fazer aquele enrroladinho horroroso, em mim ficou muito feio, até que peguei piolho, não tinha nada que fizesse aqueles bichos horriveis irem embora e tiveram que cortar meu cabelo beimmmm curtinho, fiquei feia e era o patinho feio da escola, todos tiravam sarro de mim e eu tinha milhares de apelidos, piolhenta, gurizinho, olivia palito, etc.
Passei pro quinto ano, outro ano este também muito chato, quase nenhuma amiguinha, havia apenas uma que era humilde e conversava comigo, a Luciane, lembro até hoje dela com muito carinho, uma japinha doida de inteligente.
Quando fui para o sexto ano pedi ao meu pai pelo amor de Deus pra mudar de escola. Eu odiava o colégio que estava estudando, com certeza por causa da turma que era um tanto esnobe. Mudei pro colégio onde minha vizinhança estudava e ali me encontrei, fiz novas amizades, peguei uma turma muito legal, mas havia um pequeno problema, eu tinha ja 13 anos, mas era bem criançona, gostava ainda de xuxa, carrossel, e os amigos da sala já curtiam outro tipo de coisas, mas assim mesmo arranjei lá duas amigas bem crianças como eu e nos divertíamos horrores. Tinha nossas paquerinhas, mas nada demais, só ficava na coisa platônica mesmo.
Quando fui pro sétimo ano é que minha vida mudou totalmente, eu cresci, virei uma adolescente, peguei uma nova turma pois eu estudava a tarde e acabei passando pro turno da manhã, mas de qqer forma eu estava radiante, pois fiquei na mesma sala da minha vizinha e melhor amiga. Fiz também muitas amizades, amizades estas que cultivo até os dias de hoje, foi um ano muito bom, festinhas americanas, meninos tiravam meninas p dançar Roxete Joyride, foi um tempo muito bom este.
Passei para o 8º ano, eu voltei a ser aquela excelente aluna que só tirava notas altas e nunca ficava de recuperação.
Mas no 8º ano é que começou o inferno na minha vida, "o amor voltou a se plantar no meu coração".
Era Setembro, meu irmão tinha uma banda de rock, famosinha na cidade até naquela época, 1992, ano este em que comecei a escrever meu primero diário oficialmente, este que está dentre muitos outros guardados as setee chaves aquele baú que eu falei no inicio do blog.
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